A paulista Ivone Galdino aprendeu a ler com as pilhas de jornais velhos estocados no porão. Mais tarde, a menina irrequieta e teimosa foi levada a escrever para se manter ocupada e se expressar. Os caminhos da sobrevivência não foram trilhados na literatura, mas dela nunca se separou. Seus relatórios técnicos ponteados de poesia mostravam, além da realidade, a sublimação. Inspirada em suas musas Cora Coralina e Hilda Hilst, despeja-se numa arrebentação que pode ser tardia, porém contínua e caudalosa.