GÊNERO: relato autobiográfico| FORMATO: 14X21 | ANO: 2020 | PÁGINAS: 212| Pólen soft 80 gr

SINOPSE: Levi de Caminhas é o narrador de suas várias peregrinações ao Caminho de Compostela ‒ cinco no Caminho de Santiago e uma na Itália, cobrindo o Caminho de Assis até Roma ‒, tendo iniciado a primeira no ano de 2011 e a última no ano de 2018. Se ao se lançar em sua primeira peregrinação o autor não sabia exatamente o porquê de fazer o Caminho de Santiago, ao longo dessas jornadas percebeu que nos caminhos poderia encontrar algo que ele não procurava de forma consciente, mas que, irremediavelmente, acabaria encontrando. Talvez isso o tenha motivado a continuar sempre no Caminho, mesmo numa idade em que a maioria quer mais é saber de uma rede ou um sofá macio no qual se afundar. Em uma dessas ocasiões, teve o insight: o Caminho não lhe oferecia apenas trilhas para avançar, também lhe permitia retornar no tempo ao seu passado distante, de quando era menino e a vida ainda não o confrontara com as perdas familiares e nem a da própria fé. 
Ao mesmo tempo em que entremeia relatos com belíssimas paisagens, potentes diálogos internos, encontros inesquecíveis com personagens raros mas reais, há um extenso diálogo travado com o andarilho João, brasileiro de Uberlândia, quando o encontra em Saint-Jean-Pied-de-Port. É um personagem que o intriga e fascina, porque, enquanto Levi busca respostas para os caminhos que trilhou e o aprisionaram, João parece buscar apenas aquilo de que já desfruta: liberdade.
Mais que o relato vívido de um peregrino experiente no Caminho de Santiago de Compostela, tendo acumulado mais de 7 mil quilômetros, o autor nos propicia momentos prazerosos ao compartilhar os registros feitos a partir de sua primeira caminhada. Desde então, a cada nova peregrinação, muitas páginas foram brotando sem que as pudesse calar. E como o ano de 2020 trouxe a pandemia e consigo a impossibilidade de se lançar a novos desafios, restou-lhe organizar e materializar os registros de suas jornadas. Ganhamos nós, leitores, um livro belíssimo, escrito com rara sensibilidade e diante do qual é impossível ficar indiferente ‒ aceitemos ou não o desafio de nos lançar também no Caminho.[Kyanja Lee]